por André Ruschi
Os beija flores são as principais aves polinizadoras exclusivas das Américas. De todos os polinizadores são os únicos vetores entre populações vegetais distantes funcionando como um correio genético. Têm uma extraordinária mobilidade de voo, com asas especiais, chegando em algumas espécies até a 90 vibrações por segundo. Tal hiperatividade permite-lhes ir de flor em flor, a direita e a esquerda, rapidamente sugando o néctar das orquídeas, bromélias, jambos, ingás, entre cipós, espinhos e galhos rapidamente. Chegam a velocidade de 60 km/hora.
Para manterem esse ritmo, necessitam alimentar-se de néctar e pequenos insetos de 15 em 15 min, em média. São os únicos pássaros a voar para trás e em movimento helicoidal. Seu coração bate a um ritmo de 2000 vibrações por minuto. A temperatura corporal é de 42ºC, mas a noite quando descansam cai para 35ºC ou menos, e entram em hibernação.
Suas cores são reflexos da luz e possuem significados especiais de relação territorial, camuflagem, advertência e relacionamento intersexual.
Augusto Ruschi foi o cientista Capixaba pioneiro do mundo, em 1932, a desenvolver o método de alimentação em garrafinhas e sua criação em cativeiro. Foi um dos maiores especialistas em comportamento das Aves, graças às suas pesquisas e observações intensas da natureza. Percorreu todos os países das Américas, e de todas as espécies e subespécies , conseguiu observar na natureza 754 das 757 que existem, descrevendo com precisão o comportamento de todas as espécies brasileiras.
Sua obra é de gênio e figura como pioneiro em diversas áreas da ciência ambiental, aparecendo como um dos pioneiros na luta ambientalista, desde 1937, alertando para o desmatamento, a desertificação e a seca. Ferrenho militante e hábil orador, centralizou extraordinárias polêmicas e debates em defesa ao meio ambiente. Mas sua fama atravessou fronteiras, notadamente pelas contribuições e avanços às técnicas de fotografia, para paralisar a imagem do beija flor em pleno voo, e ter sido o beija flor com o qual presenteou a rainha Elizabeth II, a primeira imagem a cores da TV a cores, pela BBC em Londres. Sua história tem um museu biográfico exclusivo: Casa Augusto Ruschi, em Santa Teresa.
No ES temos 41 espécies e subespécies. Algumas pesquisas necessitam complementar as afirmações de Augusto Ruschi e vêm sendo realizadas por André Ruschi, seu filho e também cientista, em Santa Cruz, na Estação Biologia Marinha Ruschi (www.augustoruschi.com.br) e em Santa Teresa, no Parque florestal Augusto Ruschi.
A espécie topetinho vermelho, característica da floresta Atlântica, é a menor ave do mundo, com 70 mm e 1,2 g. Ocorre na região alta do estado, como domingo Martins, Santa Teresa e Venda Nova. Na parte mais alta do estado, Caparaó, Forno Grande, vive a espécie penacho verde. O preto e branco raramente vem na região das praias. O estrela vermelha e o do papo preto passam por aqui em movimentos de migração.
O ES só perde em número de espécies para o Amazonas e Minas Gerais, que têm uma área muito maior. Nossa riqueza de habitats e ecossistemas é o que possibilita esta riqueza de concentração de espécies tão grande. Outros recordes de biodiversidade é a quantidade de espécies de orquídeas no ES e biodiversidade florestal/área.
As espécies Ramphodon dhornii e Popelairia langsdorffi estão em extinção.
As espécies Rhamphodon naevius freitasi, Glaucis hirsuta abrawayae e Phaethornis nigrirostris são exclusivas do Espírito Santo.
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